Autor: Erico Verissimo
Editora: Companhia de Bolso / Companhia das Letras
ISBN: 9788535907674
Páginas: 496
Sinopse: É 11 de dezembro de 1963. Greve em Antares. O fornecimento de luz é interrompido, os telefones não funcionam mais, os coveiros encostam as pás. Dois dias depois, uma sexta-feira 13, setes pessoas morrem - entre elas d. Quitéria, matriarca da cidadezinha. Insepultos e indignados, os defuntos resolvem agir: querem ser enterrados. Reunidos no coreto, decidem empestear com sua podridão o ar da cidade. Enquanto ninguém os enterra, porém, resolvem acertar as contas com os vivos e passam a bisbilhotar e infernizar a vida dos familiares.
"Desta vez abri a veia da sátira e deixei seu sangue escorrer livre e abundantemente." - Erico Verissimo
Erico Verissimo conta a história do surgimento da pequena cidade de Antares. Com a rivalidade entre as famílias mais importantes do local, os Vacarinos e os Campolargos. Ao mesmo tempo em que a cidade vai crescendo e se desenvolvendo, a história brasileira vai sendo contada, desde a guerra dos farrapos até o governo de Jango, tendo Getúlio um grande papel apaziguador entre as grandes famílias, fazendo com que essas apoiassem seu governo.
Quando Getúlio começa seus projetos trabalhistas, os grandes patriarcas das duas famílias temem que seus poderes sejam diminuídos ou até extintos. Contudo é no governo de Jango que o coronel Tibério Vacariano sente a ameaça do Perigo Vermelho e quando os trabalhadores das indústrias locais resolvem fazer greve. As lojas são fechadas, a energia elétrica da cidade é cortada. Quando dona Quitéria ( Quita ) Campolargo, grande amiga e inimiga de Tibério, recebe a noticia da greve tem um ataque cardíaco.
No entanto, D. Quita e outros seis mortos não podem ser enterrados porque os coveiros aderiram à greve e não permitem que nenhum corpo seja enterrado até os pedidos dos grevistas serem aceitos.
A partir desse desrespeito, os mortos voltam para exigir que sejam enterrados com dignidade. A cidade se torna um caos. Porém segredos serão revelados e a imagem Apocalítica passa pela mente de todos os antarenses.
A partir desse desrespeito, os mortos voltam para exigir que sejam enterrados com dignidade. A cidade se torna um caos. Porém segredos serão revelados e a imagem Apocalítica passa pela mente de todos os antarenses.
Meu Comentário
Foto da Companhia das Letras |
O melhor desse romance é que, apesar de contar uma história sobre mortos que voltam para protestar, Verissimo consegue fazer crítica à corrupção, não só na politica como também nas relações
sociais, com o falso moralismo em uma sociedade oportunista e materialista.Como também o avanço dos direitos trabalhistas que tiveram que enfrentar os empresários e a ala conservadora da cidade apoiada pelo coronel Vacariano.
E para fazer tais criticas, Verissimo utiliza das diferentes características dos mortos, pois há a matriarca dos Campolargos (D. Quita), um advogado corrupto, um anarcossindicalista, um maestro suicida, uma velha prostituta, um agitador político e um bêbado. E a partir deles a verdade é dita em praça pública.
E além de tudo, ele faz essa sátira em plena ditadura militar!
É uma leitura maravilhosa e recomendo para todos! Merece 5 estrelas com toda a certeza!
Trecho
" - Bom, espero que o mundo tenha aprendido a lição...
- Qual, Xisto! Não aprendeu. A gente esquece com facilidade. As gerações se sucedem. Cada governo escreve a História de acordo com as suas conveniências. E eu acho, meu caro, que cada um de nós tem suas mais remotas cavernas interiores um troglodita adormecido que, submetido a um certo tipo de estímulo, vem rapidamente à tona nosso ser e se transforma num déspota totalitário capaz de todas bestialidades."
Adaptação
O Romance foi adaptado no formato de minissérie em 1994 por Charles Peixoto e Nelson Nadotti e exibido pela Rede Globo com 12 capítulos. E eu espero fazer uma resenha sobre essa adaptação em breve.
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