sábado, 14 de março de 2015

No.

Foram várias as indicações do meu professor de história no meu último ano escolar. A cada assunto era uma média de 5 ou mais filmes. Alguns pareciam realmente ótimos, mas o tempo era justo e acabaram não se tornando prioridade. Então chegamos a ditadura no Chile. E de todos as dezenas de filmes, documentários e reportagens, NO ganhou. Cativou-me de cara. O trailer me deixou curiosa e confesso que, graças a minha estranheza, assuntos como ditaduras e guerras sempre me deixaram de olhos bem atentos. 
Título Original: NO
País de Origem:  Chile
Dirigido por:  Pablo Larraín
Lançamento: 9 agosto de 2012
Duração: 118 min

Sinopse: Depois de quinze anos de uma ditadura militar, o povo é chamado para votar se o General Augusto Pinochet fica no poder através de um plebiscito nacional. René trabalha em uma equipe que cria filmes e materiais promocionais na esperança de fazer o povo votar no "Não", para que Pinochet não continue no poder por mais oito anos. Enquanto isso, seu chefe está trabalhando na campanha do "Sim".




Apesar de se tratar de um assunto bastante delicado, NO ousou na forma de como abordá-lo. Dando uma relembrada naquela aula de história (confesso que peguei meu caderno rabiscado), lembro que a ditadura chilena foi a mais dura da América Latina. Nomes como Allende e Pinochet parecem familiares? Bom.
Financiado pelos EUA, o golpe militar no Chile ocorreu durante o governo de Allende, um sujeito que assumiu a presidência em 1970 e tinha interesse de implantar o socialismo de uma maneira bem mais branda que a revolução armada lá de Cuba. O golpe aconteceu apenas 3 anos depois. 

E é agora que o filme NO entra.
Em 1988 o próprio liderante, Pinochet, decidiu fazer um plebiscito por pura pressão que sofria. Votaria-se SIM ou NÃO para a sua permanência no poder.
Começou, assim, a histórica "campanha do no". 

NO foi o primeiro filme chileno que assisti. Encantou-me os atores, a edição, o roteiro, a história em si. Gael García Bernal interpreta René Saavedra, um publicitário (posso dizer assim?) com um jeito bem singular em trabalhar. Há um grande motivo para aceitar participar da campanha do no, entretanto, aceitar o papel foi uma decisão que a recusa parecia o caminho mais fácil

   
Cartaz principal da campanha. 
Imaginem aí, então, vocês sentados (deitados, em pé ou de qualquer modo que estejam existe mais algum?): é um plebiscito no final dos anos 80 durante uma ditadura militar. É a "chance" da população gritar sua opinião de maneira silenciosa com um voto.

A publicidade deveria estar repleta de cenas assombrosas, pessoas chorosas e árvores genealógicas com galhos em falta. Mas... Não! René trabalha de uma forma incrível nessa campanha, chega a ser até cômica. E perigosa, vale frisar. Pondo em risco não só a si, mas também a seu pequeno filho, no meio disso tudo.
  
Trailer

Para um trailer legendado em português (a uol não cooperou comigo para colocá-lo aqui no blog).
A história é "verídica", em certos pontos há uma distorção hollywoodiana aí para nã perder a graça.
Um brinde aos incríveis professores de história e esse talento que alguns raros possuem de dar uma aula como se estivessem
narrando fatos vividos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Copyright © 2013 | Design e C�digo: Amanda Salinas | Tema: Viagem - Blogger | Uso pessoal