terça-feira, 4 de agosto de 2015

Adoção é amor, paciência e responsabilidade. #CuriosaRecomenda #003

Esses dias estava observando minha irmã caçula brincar com meu cachorro, Banzé ou simplesmente Zé. Ela puxa suas orelhas, faz dele um cavalinho para seus bonecos, coloca a mão dentro da boca do coitado, a bolinha que ele morde com todo ímpeto ela puxa sem medo algum. Ele nunca a machucou, ao menos não propositalmente, minha irmã exibe toda orgulhosa os arranhões, sempre duradouros, ganhados nas brincadeiras um pouco mais ousadas.

 Caçula e Zé. Arquivo pessoal.
Provavelmente você está se perguntando onde diabos eu pretendo chegar e estou quase chegando no ponto da postagem, Curioso.
Zé é extremamente carinhoso sem sapatos por perto (ele tem certa possessividade por eles). Pode passar horas ao seu lado se você estiver acariciando suas orelhas, cabeça, barriga, rabo e peito, menos suas patas.
Ele recebe o título honroso de xodó da família. 

E é aqui que a postagem realmente começa.

Nós adotamos Zé quando ele tinha aproximadamente 2 anos, não era mais tão pequeno, nem tão filhote e já tinha uma certa personalidade.
Nossas esquinas se cruzaram de repente, não mais que de repente. Graças a uma amiga da família, soubemos que ele estava sendo maltratado na frente de uma loja e a dona dessa, tinha decidido abrigá-lo temporariamente. Fomos dar "apenas uma olhadinha", sem nada sério ou confirmado, assim que eu me agachei para falar com aquela criatura magra, sujinha e presa numa  longa corrente de ferro, sua cabeça descansou na minha coxa e então o levamos para nossas vidas.

Foi só o início.



Se você pensou que tudo foi flores, você foi enganado pela mágica da escrita.
No início da nossa história, ele parecia odiar tudo e uivava com tanto rancor que tinha certeza que eu envelhecia 10 anos a cada uivo.  Nós até tínhamos experiência com cachorros, sou cachorreira de berço, e o persuadíamos com carinhos, vozes ridículas, brinquedos e ele nada. Nem mesmo uma balançada de rabo.

Não sei quando a mudança aconteceu, foi lenta, de certeza, mas chegou um momento que ele nos amava (desesperadamente), com uma gratidão gigante que inundou qualquer coração. Daquela maneira que todo mundo fala dos cachorros. E todo o amor e a paciência que nós tivemos que dedicar veio em retribuições gigantescas.

Já pensou em adotar? E em adotar um animal adulto?

Precisamos quebrar alguns mitos aqui: 1) animal adulto pode SIM se adaptar a uma rotina nova, por favor, não pense que os mais maduros são incapazes de obter um vinculo forte com novos humanos. 2) Desculpe os de raça, mas os vira-latas são de graça (e lindos e brincalhões e inteligentes e quase indestrutíveis haha).
Se você deseja o amor de um cão/gato, não importa se ele seja um bulldog francês, pastor alemão ou um siamês. Dê a chance para um sem raça definida. Palavra de amiga. Todos eles são lindos e disponíveis para amar sem medidas. 
Sou uma estudante bem utópica de medicina veterinária, confesso, e definitivamente sou defensora da adoção de bichinhos com fervor.

Para se ter uma guarda responsável de um animal você precisa por um dedinho na consciência e preencher alguns requisitos:
  • Ser responsável, acima de tudo. Seja verdadeiro consigo mesmo. Você é alguém capaz de cuidar de outro alguém?
  • Bicho também pode "ser caro". Saiba que eles também podem ficar doentes, talvez precisem de remédios, se castração for uma opção (mais um pouquinho sobre porque deve castrar o animal aqui) e além da ração, coleira, caquinho...
  • Se você estiver com tempo de sobra tanto cachorro quanto gato são boas opções. Se não estiver esbanjando tempo, pense em um gato. Se sua agenda for lotada: providencie um aquário e invista em um peixe. 
  • Pense se você pode garantir uma boa qualidade de vida para seu bichinho: casa, comida e roupa lavada.
  • O bom, velho e clichê: amor, por favor. Lotes de paciência e dedicação também. Nunca é demais.
Preciso dizer que bicho é tudo de bom?

Acho que não.
Sinto muito se estiver escrevendo vários clichês aqui, mas só quem já teve algum animal vai entender essa relação estranha e infinitamente forte.
Os abrigos de animais estão lotados deles, muitos não irão sair de lá. Muitos são cachorros/gatos mais velhos, com algum problema físico (ou psicológico). Se a adoção de animais quebrou um tabu, a adoção de animais adultos ou deficientes ainda não o fez.
Os mais velhinhos e especiais merecem uma chance, eles merecem um lar de verdade que tenha paciência e uma quantidade enorme de carinho.
O Curiosa Recomenda uma adoção consciente e com a mente aberta.

p.s.: sinta-se a vontade em compartilhar a sua história de adoção conosco. 

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